quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Sociedade de Consumo

Sociedade de consumo é um dos inúmeros rótulos utilizados por intelectuais para se referir á sociedade contemporânea. Mas, sabendo que é um fato que todas as sociedades consomem, como podemos definir esta sociedade como sociedade de consumo? Esta definição é usada por causa do consumo especifico de alguns itens alem, é claro, da noção do consumo em massa.

O ato de consumir está indexado nas raízes históricas e culturais dos indivíduos. “Conjuntamente á dificuldade conceitual de definir e delimitar o que é uma sociedade de consumo se junta o caráter elusivo da atividade de consumir” (Barbosa, Lívia-1949/Sociedade de Consumo). Esta frase sintetiza bem o tema central: a sociedade de consumo encontra-se atrelada a conceitos morais e éticos que descontextualiza o estudo acadêmico do consumo.

O interessante é que, por ser permeado de conceitos éticos, o consumo nunca foi estudado de forma sistemática mas ganhou força como temas para debates sociológicos a partir dos anos 80. Foram formuladas duas pressuposições básicas: Um que defende a assertiva que o consumo comum, ou seja, aquele feito por qualquer individuo, quando bebe, come, se veste etc; a outra estuda os consumos supérfluos que são influenciados pela moda.

Historicamente, a evolução do consumo deu-se a partir da Revolução Industrial e esta embasada na ‘Propensão a Consumir’ que influencia os agentes econômicos.

Fruto da evolução, o consumo adquiriu características próprias passando a ser valorizado por isso. A titulo de exemplo, existe a mudança do consumo familiar para o consumo individual e personalizado influencia da moda traduzido na frase de Stuart Ewen “todos podem ser qualquer um”. Isso mostra que a moda é ser individual e, quando a renda não o permite, parte-se para a aquisição de produtos “piratas” que demonstram o statu quo da sociedade. A moda (efeito atual e transitório) substitui a pátina (que marca a continuidade dos fatos através do tempo).

A escolha de consumir esta intimamente ligada ao valor de utilidade agregada ao bem e neste ponto entra o marketing como ponto fundamental e mostrando outros pontos como: o consumo é mundial e não característico de apenas um país; tudo que consumimos são mercadorias, ou seja, foram fabricados para serem vendidos; a produção não é personalizada; o consumidor tem liberdade de escolha com necessidades insaciáveis; consumir é uma forma de garantir status e poder. Como fato gerador destas características tem: a produção do consumo; os modos de consumo e o consumo de sonhos e prazeres. Este marketing que emancipa os consumidores, fazendo um lugar em que todos são iguais, também proporciona a destruição de valores nas relações sociais.

Diversos autores tratam o consumo com um novo segmento, totalmente descolado da produção afirmando que a moda remoldurou-o fazendo a desvinculação do comercio e da industria. A mercadoria (ou seu signo) passou a ser designado como forma de demarcar as relações sociais e vem sendo usado por todas as sociedades contemporâneas. As pessoas são induzidas a consumir cada vez mais e mesmo assim não existe uma punição para quem deixa de consumir.

Desde os tempos antigos, as feiras eram consideradas locais de desregramento e exposição exótica o que explica que é um fator psicológico do homem a propensão a consumir. O problema não é o consumo em si mas a ausência de uma função definida para este consumo, o problema está em consumir sem causa deixando a good life em busca dos desires(desejos). Em resposta a este movimento de individualismo exacerbado existem as ONG´s que buscam o bem estar social, deixando o individualismo e focando na socialização do individuo, buscando não desengajar o homem desta avassaladora corrente de consumo.

Existe uma linha de pensamento desenvolvida por Campbel (Colin Campbel) que analisa o ‘consumo caracteriza-se pelo lugar ocupado pela emoção e pelo desejo da nossa subjetividade’ e sintetiza que as fontes são a individualidade e a emotividade do individuo.

O que caracteriza a sociedade de consumo é a insaciabilidade dos consumidores e a constante mutabilidade de desejos. Um item do qual o consumidor sente desejo hoje, caso seja adquirido, induz o desejo a outro e assim infinitamente. A propensão a consumir, de Keynes e Marx, confirma esta idéia. Mas aonde esta a origem desta insaciabilidade? Segundo Campbel e seu estudo sobre o hedonismo, este desejo provem dos prazeres oriundo das sensações, ou seja, o individuo busca o produto para satisfazer as suas expectativas construídas mentalmente e não para satisfazer as necessidades. Cabe dizer que esta busca não está na procura pela ‘maximização da satisfação’ e sim para saciar o desejo criado por uma necessidade intangível. Estas necessidades criadas pelo consumismo moderno “é tudo, menos materialista” como afirma Lívia Barbosa.

Outras explicações buscam no marketing a resposta para o consumo moderno colocando a culpa pelo consumismo crescente pelo constante contato do cliente com o produto. Mas surge a pergunta: “Será que o consumidor acredita nas informações passadas pelo marketing?” A maioria das pessoas diz que não, então esta explicação está fadada á falência.

A sociedade de consumo é definida como uma sociedade em que a busca por novos produtos é crescente e que o individuo agrega, cada vez mais, valor a estes itens. O individuo busca “afogar” todos os anseios não supridos na necessidade de consumir hoje na esperança que amanhã, com o nascer de um novo dia, as possibilidades de consumo se ampliem.

Edílson Aguiais

Faculdade Afredo Nasser

Ciências Econômicas

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Meio Ambiente: Um mal de todos nós

Uma das mais latentes vertentes buscadas pelos pensadores tem sido o meio ambiente. Um tema muito atual e de fácil vocação empírica. Todos os cidadãos têm uma opinião sobre certos assuntos, e o meio ambiente é um deles.
Existe a opinião do cobrador do transporte coletivo, que esta sempre certa, dizendo que a culpa pelo superaquecimento global e outras mazelas que afligem o Séc. XXI, é do Estado que não tomou a dianteira na conscientização da população sobre o uso desordenado e totalmente descontrolado dos recursos naturais existentes. Existe a grande polemica levantada pelos taxistas que afirmam que a fumaça lançada pelos escapamentos dos caminhões (somente dos caminhões) é a grande responsável pelo efeito estufa que o mundo enfrenta. Tem também o chefe de repartição que afirma, categoricamente, que a culpa é da burocracia que o governo criou para aprovação de projetos e dos furos na legislação que permitem abusos de algumas partes e subjuga outras menos favorecidas.
Do lado dos intelectuais, existe o Sociólogo afirmando que este é um processo que a sociedade deve passar para que, pressupondo a mutabilidade do homem, a raça humana evolua e consiga atingir um grau mais elevado de sociabilização e interação humana. Existe o Gerente de Produção que diz que tudo é culpa dos desperdícios feito tanto por empresas quanto pelas pessoas comuns nas tarefas do dia-a-dia. Não podemos esquecer do Economista que diz que este processo de poluição é um mal necessário para a produção de bens e serviços, sem os quais, a vida deixa de existir.
Por outra vertente, sendo totalmente extremistas e apocalipticos, vêm os Ambientalistas e ONG´s de proteção do meio ambiente, dizendo que o mundo esta próximo do apocalipse e caso não seja feita uma mudança radical, a natureza não suportará mais meia hora de vida. Existem pessoas que chegam a afirmar que a Terra ja esta em coma e o perigo de morte é iminente.
O interessante é que os ambientalistas, mesmo sendo totalmente extremistas, têm conseguido passar uma preocupação nunca dantes vista nas pessoas comuns. Agora não são apenas os ambientalistas que estão “suando a camisa” pra defender o meio ambiente. Existem grupos de discussão entre todas as pessoas acima descritas. E, em uma visão bastante utópica, pode-se cogitar que sentem-se, lado a lado, economista, advogados, ambientalistas, contadores, administradores, pedagogos e demais intelectuais para chegar a um denominador comum.
Na Economia e creio que em todas as ciências sociais, a maior dificuldade existente para a resolução de um problema é saber: o que estou procurando saber? Quero acreditar que esta resposta já temos desde o inicio das discussões. Cabe agora, posto que já compreendemos a questão, formular a resposta correta. A esperança que estas respostas tenham embasamento cientifico nos torna mais forte para esperar o desfecho desta historia, não cabendo respostas apenas empíricas ou filosóficas.


(* Estudante do Curso de Ciências Econômicas. Colaborador do site Comentario Economico ,
Monitor das disciplinas de Introdução á Economica. Microeconomia, Matematica Financeira e Historia Economica Geral.)

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Mercosul: Crise de Identidade

Em uma conversa sobre a globalização, que tivemos por esses dias, houve um ponto muito interessante e ao mesmo tempo enigmático. A certa altura da conversar foi feita esta pergunta: “Existe mesmo um Mercado Comum Do Sul (MERCOSUL)?”. Essa pergunta me gerou uma inquietação gigantesca e mostrou ser um assunto interessante a tratar.
O Mercado Comum do Sul, de agora em diante apenas Mercosul, é um tratado estabelecido em 1991. O tratado regula as relações entre os paises membros, a saber: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e aderindo por ultimo a Venezuela, em 2006. O acordo foi firmado na cidade de Assumpção, no Paraguai, na data de 26 de março de 1991 e prevê uma área de livre acesso de mercadorias e serviços. Diferentemente da União Européia que, ao formar o bloco econômico, procurou unificar as moedas, o Mercosul tem moedas distintas a saber: Argentina - Peso Argentino; Brasil - Real; Paraguai - Guarani; Peso Uruguaio no Uruguai e Bolívar na Venezuela. Caso o Mercosul fosse considerado um país estaria na quinta posição no ranking mundial do PIB, com US$ 2.970.543 e teria uma população de 366 milhões de pessoas.
È certo que unificar alguns paises da América Latina não é tarefa nada fácil. Principalmente, se for considerado que, na corrida pelo crescimento, todos os paises buscam crescer ao máximo. Os brasileiros, que desde tempos imemoriais cultivam desagrados com os argentinos, buscam que o crescimento de seu país seja maior do que o rival e vice-versa. A Argentina, que entrou em crise no ano de 2002 por causa da busca descontrolada pelo crescimento, influencia os pensadores brasileiros a “meter o pau”, ainda mais, na política ortodoxa de crescimento adotada pelo governo brasileiro. Nesta briga o Mercosul fica bastante atingido, pois, por causa da rivalidade, criou-se mecanismos para burlar o acordo que criou o Mercosul. Um exemplo destes mecanismos são as tarifas cobradas pela importação/exportação de alguns produtos entre os países. Vale dizer que esta “troca de gentilezas” não acontece apenas entre Brasil e Argentina. Todos os paises da América Latina competem entre si e criam barreiras para o transito de mercadorias e serviços, inclusive os países do Mercosul.
Com estas observações, é possível afirmar que o acordo que criou o Mercosul não esta efetivamente sendo cumprido. Mas ainda assim não deve ser dito que o este mercado não existe. Existem muitas taxas e barreiras, cerca de 90%, que foram eliminadas, restando algumas. Fica a utopia de que os países em desenvolvimento da América Latina tomem como exemplo a União Européia, caso realmente exista a vontade constituir uma área de livre comercio entre os países latino-americanos.
Edílson G. Aguiais
Faculdade Alfredo Nasser.
Ciências Econômicas.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Onda ou Tsunami?

Outro texto by Adriano Paranaiba.





A cada dia que passa vem se tornando mais difícil manter o emprego de futurista, com exceção de Alvin Toffler e sua esposa Heidi. Na verdade, eles receberam este título após preverem como seria o comportamento sócio-econômico no novo milênio, isso ainda na década de 70 (Future Schok 1970), e a famosa terceira onda, publicada no início dos anos 80 (The third wave, 1980).
Alvin Toffler é, antes de tudo, um grande cientista social, que vem estudando o surgimento de novas riquezas desde o início da história da humanidade e, baseado em seus levantamentos, conseguiu dividir em três grandes “eras”. Observando essa evolução do desenvolvimento da civilização, e o decifrando com maestria, fica fácil – para ele – detectar tendências.
Uma pessoa que vê o futuro é encantadora para todos nós, principalmente para os grandes executivos, que precisam desta habilidade em suas tarefas corriqueiras. Mas não podemos sucumbir a esta tentação, pois os “gurus” que vêem surgindo, não possuem conhecimento científico necessário para opinar sobre a reação dos paises e suas economias nessa grande globalização que vivemos. E ainda, estes tais formadores de opinião, usam de forma oportunista e especulativa os seus ensinamentos para embolsar alguns milhões com consultorias e publicações. Querem construir a imagem de um mundo melhor, mais dinâmico e mais eficaz, mais ágil. Infelizmente, ser futurista não é só dar boas notícias.
Toffler vê o futuro de uma sociedade que cada dia depende mais dos satélites e celulares para realizar, desde o sincronismo de toda a infra-estrutura de uma grande indústria, como uma simples compra de cartão de crédito. Descreve como “um mal que vivemos”, por exemplo, a rapidez com que o conhecimento se torna obsoleto. A velocidade da informação obriga as empresas a operarem em 24 horas por sete dias na semana. O escritório está em todo lugar e não há como se desligar. E o que dizer da economia não-monetária? O que pode haver de impacto, quando essa se sincronizar com a economia monetária? Não é a toa que os últimos comentários e publicações de Toffler nos trazem temas como, críticas severas a extrema direita européia, de como os consumidores não recebem alguma retribuição econômica e guerras.
Pode-se dizer que se pensarmos bem, as ondas não passam: elas crescem, formam cristas e, na praia, arrebentam. Foi assim como as outras duas ondas. Fica a esperança de que essa terceira onda, tão fascinante, não fique grande o suficiente para soar os alarmes anti-tsunami.

Uma Carta ao pai de Barbara Wood

Este é um texto que o nosso amigo Adriano Paranaiba escreveu mas esteve com receio de reproduzir. Entao, tomei a liberdade e o fiz.





Meu caro amigo,

Esses dias eu fui à papelaria e me lembrei de você: vi que o preço do papel reciclado é mais caro que o convencional. Engraçado mesmo foi receber, uma semana depois, um texto de Juliana Tavares falando de tecnologia social.
Quando se trata de tecnologia social é preciso avaliar como está sendo conduzido, pois, como você bem sabe, trata-se da aplicação de técnicas alternativas, adequadas a uma realidade, com o objetivo de auxiliar a comunidade à alcançar seu desenvolvimento sócio-econômico, e aqui no Brasil estou observando um caráter assistencialista, o que fere a premissa da sustentabilidade. Na verdade tanto grandes corporações como o governo têm agido assim apenas para alcançar um status ou criar “slogans” de “empresa amiga”, “Brasil um pais de todos”. Infelizmente não tem sido para todos.
Seria tendencioso dizer que nada é feito, pois é mentira. O soro caseiro, desenvolvido pela Pastoral da Criança, vem sem sombra de dúvida, salvando muitas crianças no Brasil e no mundo. A Produção Agroecológica e Integrada e Sustentável (PAIS) ajuda várias famílias a cultivarem hortas e criação de pequenos animais não só para a subsistência, mas também gerando renda.
Porém, o país possui um grande entrave, a falta de uma “infra-estrutura sócio-cultural”. As Universidades, que são as grandes incubadoras do conhecimento, não recebem incentivos e formação do governo para articular com a comunidade, que está inserida, descobrir e aproveitar a sua identidade cultural com o intuito de construir um projeto que ofereça trabalho e geração de renda. Por sua vez, os universitários recebem seus diplomas e se tornam profissionais que não sabem como se envolverem com sua comunidade para desenvolver meios sustentáveis para seu crescimento e o crescimento da própria comunidade, surge então um ciclo vicioso da pobreza sócio-cultural, na qual a universidade não forma e os profissionais não sabem buscar, neste contexto cria-se um abismo entre o conhecimento e a comunidade que tem o poder da ação.
Dizer que o governo brasileiro não investe também seria mentira. Mas os recursos são pulverizados em diversas ações, quando poderíamos ter melhores resultados com uma vetorização destes recursos, que não são poucos. E o resultado é uma política assistencialista que pulveriza água sobre uma frigideira quente, sem criar um ciclo auto-sustentável. A preocupação maior é de criar “projetos pilotos” para mostrar a vocês de Oxford.
Fica a esperança de um dia tornarmos esse país auto-sustentável, e que reciclar, aproveitar, reutilizar, repensar, não sejam mais artigos de luxo.

PS: O Francis aproveita pra também mandar lembranças a todo pessoal, adeus...

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Uma explosão que gera lucro

Que brasileiro tem mania de inventar, todo mundo já sabe, agora buscar reinventar um produto milenar é novidade. Pois foi exatamente isso que o aposentado Jose Franklyn Copche fez, reinventou a pólvora, literalmente.
O aposentado, que é amante do tiro, acostumou-se a gastar algumas horas por dia em seu laboratório para desenvolver uma nova formula de pólvora, e conseguiu. Formulou uma nova pólvora que tem, antes de tudo, objetivos ambientais. Segundo o inventor ele buscava uma maior segurança para os utilizadores de pólvora e conseguiu formular um produto que, alem de suprir todos os anseios que a pólvora proporciona, não elimina gases tóxicos ao meio ambiente. Isso se chama busca pelo desenvolvimento sustentável, que gera lucro. De acordo com o aposentado, ele pretende vender a patente a uma grande industria de pólvoras no Brasil e espera que a formula possa ser exportada para outros paises, dentre os quais a China, inventora e maior produtora de pólvora do mundo.
Estima-se que a produção nacional de espoletas nos pais chega a 4,5 milhões/mês. A maior parte das empresas de fabricação de pólvora está localizada em Santo Antonio do Monte (MG) que detêm de 90 a 95% do total fabricado no país. São cerca de 20 empresas que produzem cerca de 15 toneladas/mês. Para se ter uma idéia, somente no Reveilon 2007 foram gastos R$ 1,8 milhão somente em fogos de artifício. Isso mostra que é um ramo interessante e lucrativo. A nova pólvora, segundo o inventor, pode ser a solução para os altos gastos com fogos de artifício alem, é claro, dos riscos menores ás pessoas e ao meio ambiente.
È mais um passo dado na busca da auto-sustentabilidade. O Brasil tem estado cheio de novas idéias que estão dando certo. Casos como do Biodiesel, e do Etanol, que já esta sendo chamado de ‘trunfo brasileiro”, tem mostrado que o desenvolvimento sustentável, tão facilmente declamado nos inflamados discursos, é possível mas não tem uma estrada fácil de ser percorrida.

Mecanismos para o Desenvolvimento Auto-Sustentavel

Após a assinatura do Protocolo de Kyoto, que começou a vigorar em fevereiro de 2005 e tem por objetivo a redução da emissão de gases na atmosfera, principalmente gás carbônico, os paises mais industrializados do mundo, que assinaram o protocolo, passaram a buscar novas formas de reduzir a emissão de gases que auxiliam no efeito estufa. Segundo o tratado, os 38 paises mais industrializados devem cumprir as metas de redução para emissão de gases que aceleram o efeito estufa. Os paises menos industrializados, entre eles o Brasil, podem vender créditos de carbono aos paises mais industrializados do mundo. Surge então no país, a idéia de encontrar fontes renováveis de energia. Uma das fontes buscados para a geração de créditos de carbono, que podem ser vendidos posteriormente, são os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL)
Os MDLs têm a missão de encontrar fontes de produção que reduzam, ou minimizem, a quantidade de gases formadores do efeito estufa. Existem formas diversas para se chegar ao denominador comum. Uma das formas mais latentes e inovadoras é o tratamento da emissão do gás metano nos aterros sanitários.
O lixo, em processo de degradação, gera o gás metano (CH4), que é quatro vezes mais prejudicial do que o gás carbono (CO2). O Protocolo de Kyoto que prevê a compra de créditos de carbono permite que a captação de uma tonelada de gás metano, seja vendido ao valor equivalente a quatro vezes o valor da tonelada do gás carbono. Por isso, o tratamento deste gás se tornou tão atrativo.Para se ter uma idéia, desde a implantação do Protocolo de Kyoto no inicio do ano de 2005, o Brasil já fez transações no volume de US$ 210 milhões. Alguns projetos, como o Nova Gerar que faz a queima do gás metano, evitando que ele vá para o meio ambiente e ainda gera energia, vendeu 2,5 milhões de toneladas de CO2 ao governo holandês, gerando uma receita de US$ 10 milhões..
Outro interessante projeto é o Projeto Plantar, em Minas Gerais, que substituiu o carvão mineral pelo vegetal nos fornos de obtenção de ferro gusa após um amplo processo de reflorestamento. Com o projeto, o CO2 que é gerado pela queima do carvão é absorvido pelas áreas plantadas com eucaliptos próximos á industria formando uma espécie de ciclo renovável. O projeto que foi concebido em 1998, terá 28 anos de duração e poderá gerar 12,8 milhões de créditos de carbono e tem receita com a venda dos créditos de carbono estimado em US$ 51,2 milhões.
Existe também o projeto de tecnologia para geração de gás a partir de biodigestores, ou seja, a partir de dejetos de suínos. Deste processo retira-se o biogás e, conseqüentemente, energia elétrica de calor.
Esses são apenas alguns exemplos da atuação de empresas brasileiras na busca de minimizar os efeitos do superaquecimento global, com lucro. Creio que, caso estivesse vivo, Smith (Adam Smith, 1723/1790) repetiria que a busca de cada um por seus interesses próprios gera uma auto-suficiência de recursos, fazendo que a economia se mova, como se fosse movida uma “mão invisível”.



Edílson G. Aguiais
Ciências Econômicas
Faculdade Alfredo Nasser

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

CPMF

Se você gosta de pagar aquele imposto que era para a saúde e tornou-se um dinheiro a mais para ser desviado e enriquecer os políticos,
não leia o resto. Se você, como eu, acha que este imposto foi deturpado e não pode mais continuar, eis a oportunidade de fazer algo.
Hoje recebi um e-mail que a CPMF (aquele imposto básico que todos nós
pagamos sobre nossas transações bancárias) está prevista para ser extinta
em dezembro de 2007, mas nosso "querido presidente" quer torná-la definitiva.
Esta taxa foi criada em 1996 para reverter verbas para a saúde pública. Hoje, 11 anos depois, a saúde continua uma péssima e nós continuamos pagando.
Agora é a nossa vez de fazer algo para que esse imposto seja extinto.
São necessárias 1 milhão de assinaturas para que haja um plebiscito.

Segue o link do abaixo assinado organizado pela FIESP - por enquanto, tem 803 mil assinaturas. Essa é uma ação muito importante gente, portanto vamos votar!!!
http://cpmf.fiesp.com.br/

Por Favor repassem esta mensagem

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

A dinamica do trabalho

O Século XXI se iniciou em um ritmo totalmente acelerado. Desde a Revolução Industrial, que ocorreu no Séc. XVIII, o ritmo de vida das pessoas mudou drasticamente. Após Taylor (Frederick W. Taylor, 1856-1915) que, com o estudo do tempo e dos movimentos, instituiu a Administração Cientifica, o ritmo do processo produtivo tem sido aumentado de forma gradativa e constante.

Com a Terceira Revolução Industrial (Revolução Tecnológica), a mão de obra passou a se especializar cada dia mais e o exercito de reserva, formado principalmente por mão de obra menos qualificada, cresceu proporcionalmente ao crescimento populacional. Surgiu uma nova denominação para a mão de obra: cabeça de obra. O mercado não busca mais por profissionais de determinada área, ele busca intelectuais que formam opniões sobre os mais diversos temas e se tornaram os coringas do jogo. No período da Revolução Industrial, o trabalhador-operário suava por até 14 horas na linha de produção e, ao termino de um ano, estava totalmente fadigado e implorando pelo gozo das férias. Hoje, o executivo trabalha 24 horas por dia e não se preocupa (talvez por falta de tempo, talvez não) com o gozo de férias. A grande diferença esta no objeto de trabalho. O trabalho intelectual pode ser feito enquanto dirige-se o carro, espera o sinal abrir ou enquanto se toma um banho - vale citar Arquimedes(287a.C.–212a.C.), que descobriu a lei da estática e da hidroestática enquanto tomava banho. Sobre a superioridade do conhecimento intelectual sobre o profissional, não é preciso fazer maiores citações.

Karl Marx (1818 – 1883) afirma que, sob o novo contexto emergente á época, o trabalho deixa de ser um bem e passa a ser apenas uma mercadoria, adquirindo o simples valor de troca. O tempo passou e o mundo se tornou totalmente interligado. Neste cenário globalizado, a força de trabalho, ou seja, a disponibilidade para executar certa atividade, deixa de ser a mercadoria a ser adquirida transferindo o objeto de compra para o trabalho, ou seja, o produto final da força de trabalho. Nesta nova organização social do trabalho, o que importa são os resultados. Após o advento da Tecnologia da Informação, as novas tendências trouxeram novas linhas de pensamento. Formou-se uma sociedade onde os fins justificam os meios. A meta a ser alcançada muda constantemente de forma, incorporando itens ou excluindo-os. A velocidade das mudanças é monstruosa e sem rumo definido fazendo do homem um ser totalmente mutante. E é exatamente este mutualismo que tem direcionado os estudos da inteligência humana. È neste novo contexto que o Homo Sapiens (Homem Pensante) se enquadra perfeitamente.

O homem, enquanto ser pensante, se materializa com esta nova realidade. Os velhos padrões de comportamento são descartados e incorporados novos costumes ao cotidiano. O trabalho, que deixa de ser físico e passa a ser intelectual, rompe as barreiras do tempo e do espaço, podendo ser feito a qualquer hora do dia e em qualquer lugar. A sociedade globalizada se desenvolve cada vez mais, acirrando a competição pelos melhores postos. Pode-se voltar ao tempo de Fayol (Jules Henry Fayol – 1841-1925) onde a superespecialização do trabalhador se tornou um empecilho ao desenvolvimento industrial.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

As Moedas no Brasil

Como pertencentes a um país com uma longa história, as moedas brasileiras também têm notáveis eventos históricos. Muitas moedas, que vieram pra mudar o rumo da economia brasileira, acabaram se mostrando vulneráveis á ação do tempo. Outras, por terem sido implantadas em épocas conturbadas, perderam o brilho e a força e acabaram sendo substituídas.

A primeira moeda utilizada pelos luso-brasileiros foi o Real (R ), moeda que foi utilizada desde o período colonial ate 07/10/1833, e tinha o valor de 1/8 de grama de ouro 22 K. Veio a Lei Nº 59 de 08/10/1833 e mudou a moeda para Mil Réis (Rs) mudando a equivalência onde, Rs 2$500 valia 1/8 de grama de 22K. O Decreto de Lei Nº 4.791 de 05/10/1942 institui, provisoriamente, o Cruzeiro (Cr$) como moeda oficial. Mas foi com a Lei Nº 4.511 de 01/12/1964 que foi oficializada a mudança, evidenciando os profundos traços da nova era que se disseminava no Brasil. O Cruzeiro iniciou-se como moeda em uma época bastante agitada, quando o Mundo estava no meio da II Guerra Mundial e o Brasil acabara de declarar guerra aos países do Eixo. Com a alteração da moeda, mudou-se apenas a nomenclatura pois um Mil Reis (Rs) passou a valer um Cruzeiro (Cr$). Com o passar dos anos, o Cruzeiro se desvalorizou de tal maneira, que foi necessário o Cruzeiro Novo (NCr$) que veio em 1967 mudando a face da moeda e tentando conter a desvalorização do poder de compra.

O Cruzeiro Novo se manteve apenas até 1970 quando voltou novamente o Cruzeiro (Cr$) como moeda oficial que foi instaurado pela pelo Decreto de lei 144/70 e oficializado pela Lei Nº 7.214 de 15/08/1984. Após quase 16 anos, o Cruzeiro perde totalmente a sustentabilidade e é substituído pelo Cruzado (Cz$) em 28/02/1986 embasado pelo Decreto de Lei 2.283 de 27/02/1986. O Plano Cruzado foi a primeira medida do Pres. Jose Sarney na esfera econômica após a posse como Presidente. As principais características do plano foram o congelamento de preços e a contenção da inflação, mas foi um plano infeliz que fez com que a inflação subisse a níveis extremos o fazendo-se necessário mudar novamente a moeda. È colocado o Cruzado Novo (NCz$) pelo Plano Verão, que fica em circulação por apenas um ano e dois meses, até 16/03/1990 quando é substituído pelo Cruzeiro (Cr$), graças ao Plano Collor I e apoiado pela Medida Provisória 168 de 15/03/1990. O Cruzeiro fica em circulação ate 01/08/1993 quando e substituído pelo Cruzeiro Real (CR$) pelo então presidente Itamar Franco. Desde o Cruzeiro Novo ate o Cruzeiro Real, a cada mudança, a nova moeda passa a valor mil unidades monetárias anteriores.

A partir de 01/07/1994 foi implantado pelo Pres. Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real, que lançava uma nova moeda de circulação nacional, o Real (R$). O principal objetivo do plano foi conter a hiperinflação no Brasil, que era um problema crônico. O Plano foi embasado pela Lei Nº 8880/94 e 9069/95 e foi idealizado pelo Economista Edmar Bacha. Este plano foi considerado o grande salvador da economia brasileira a época pois, foi graças a ele que a economia brasileira passou a ter novos horizontes para almejar. Em equivalência monetária, o Real entrou em vigor com o valor de dois mil setecentos e cinqüenta cruzeiros reais (R$ 1 = CR$ 2.750). O Real

Sabendo que existem tantas moedas na historia do Brasil, fica ate mais interessante aprender sobre a essa moeda. Fazendo uma analise, o Cruzeiro, com todas as suas idas e vindas e modificações, ficou em uso 48 anos enquanto o Real, somente na primeira vez que foi usado, ficou 303 anos em vigência, tendo retornado em 1994. Isso mostra que, velhas tendências não devem ser deixadas de lado, pois podem retornar acrescidos alguns aperfeiçoamentos.

Microcredito

O governo tem nos últimos anos, adotado varias políticas para redução da pobreza. Uma das formas mais comuns e, que por vezes passa desapercebida, é o apoio ao micro e pequeno empreendedor. Uma das formas de apoio ao micro empreendedorismo é o microcrédito, uma forma de crédito simples e descomplicada direcionada excepcionalmente ao proprietário de um pequeno negócio.

O Sebrae é a entidade do governo responsável pelo auxilio ao pequeno negociante. Após pesquisas, pode-se identificar que os grandes gargalos para o pequeno negócio estão na falta de competência gerencial e na ausência de apoio financeiro com as características próprias do pequeno empreendedor. Para o “defeito” da incompetência gerencial, o Sebrae promove cursos e seminários para a capacitação do empreendedor. E, para a falta de apoio financeiro, o Sebrae lançou as linhas de microcrédito.

As linhas de microcrédito lançadas pelo Sebrae, têm como objetivo principal, fortalecer o empreendimento, dando-lhe a sustentação necessária para que continue no mercado. O termo microcrédito não quer dizer unicamente que é um crédito de valor baixo mas sim, que é uma forma de captação de recursos financeiros direcionada ao pequeno e micro empreendedor. Estas linhas de crédito, por ser uma forma de crédito direcionada ao pequeno empreendedor, têm algumas particularidades que devem ser destacadas: 1. O prazo é curto, geralmente entre 4 a 10 meses; 2. Os valores têm oscilações entre R$ 200,00 e R$ 15.000,00; 3. O empréstimo é ágil e sem maiores burocracias.

Outra característica do microcrédito é a facilidade para o ingresso, basta estar trabalhando há mais de seis meses por conta própria, ser maior de 18 anos e não ter registro em nenhum órgão de proteção ao crédito (SPC, Serasa, etc).

Alem disso, é necessário ter algumas garantias para a aprovação do crédito. O Sebrae define duas formas de garantias: Individual e Grupo Solidário. No empréstimo com aval individual, é necessário que o empreendedor apresente um avalista com, no mínimo, 60% do valor do empréstimo, ou 200% do valor da parcela. No Grupo Solidário, dois ou mais empreendedores, até cinco, formam um grupo, e o empréstimo é feito ao grupo, ou seja, se torna um aval solidário, cada componente do grupo se torna avalista do outro.

O empréstimo é feito no nome da pessoa física, ou seja, não é necessário estar com a empresa registrada para ter acesso a esta modalidade de crédito.

Com o microcrédito, o empreendedor tem a certeza de que seu negócio tem dinheiro para ir avante. É o governo buscando novas formas de gerar emprego e renda, diminuindo as desigualdades sociais.

O que esta acontecendo com a atual politica cambial brasileira?

Muito tem se ouvido falar sobre a queda do dólar frente ao real. Nas conversas de botequins pode-se ver claramente a satisfação do cidadão frente a este novo cenário. A mídia bombardeia as pessoas com noticias sem dar aos fatos o devido tratamento para uma maior compreensão do que esta acontecendo no Brasil e no Mundo. Mas, porque o Dólar tem despencado e por que estamos comemorando este fato?

A queda do dólar pode ser considerada um ato planejado pelos EUA para conter o “boom” do mercado imobiliário e como resultado do déficit comercial americano. Com um dólar desvalorizado,não só frente ao real a todas as moedas do mundo, os investidores procuram novos mercados para investir e, existe no Brasil, uma serie de fatores positivos para injetar cada vez mais dinheiro. A valorização do real esta atrelada à diminuição do risco oferecido pelo país no mercado mundial, aos altos índices de solidez e de confiabilidade e uma balança comercial favorável concretizada pelo Banco Central. O mercado interno tem se mostrado favorável a esta valorização da moeda e já tem se acostumado à moeda forte. Ao ser indagado sobre os efeitos da moeda americana desvalorizada, o Presidente do Banco Central, Henrique Meireles, disse instintivamente que “o BC tem metas com a inflação e não com o câmbio”.

Para o consumidor, o dólar em baixa tem um efeito positivo pois, a curto prazo, os preços tornam-se mais baixos. É importante ressaltar que, a longo prazo, os produtores nacionais têm seus rendimentos corroídos pois, com um produto importado mais barato, a preferência do consumidor será para estes produtos em detrimento ao produto nacional, o que força o preço do produto brasileiro para baixo. Para a indústria, este é um momento decisivo pois, com o dólar baixo é possível automatizar toda a linha de produção desembolsando menos. Com automação é possível se atingir um grau maior de produção e de qualidade dos produtos aquecendo o mercado interno e externo. Para o produtor rural, o dólar em baixa também é favorável, até certo ponto, pois faz com que a divida do produtor rural, que é paga em dólar, seja corroída, fazendo com que o produtor pague menos. O ponto negativo para o produtor é que, estando baixo o dólar, os produtos agrícolas, que na sua maioria são cotados em dólar, sejam depreciados de forma substancial. Para a indústria, o dólar estando em baixa torna os produtos brasileiros menos competitivos no mercado internacional forçando o comércio interno dos produtos brasileiros. Como os produtos importados estão mais baratos, a indústria brasileira se vê obrigada a diminuir o preço reduzindo assim, o lucro e o ânimo da industria em produzir.

O consumidor tem sim, motivos para comemorar. O produtor rural, que gera emprego às pessoas menos especializadas, ainda não decidiu se comemora ou chora. A indústria, que perde competitividade no mercado internacional, com certeza, chora. Este circulo virtuoso que no qual esta inserido o Brasil, é vital para a consolidação do país no mercado mundial como uma nação forte mas, é preciso tomar muito cuidado para que o pais não entre num círculo vicioso ou em uma grande bola de neve.