quarta-feira, 1 de agosto de 2007

As Moedas no Brasil

Como pertencentes a um país com uma longa história, as moedas brasileiras também têm notáveis eventos históricos. Muitas moedas, que vieram pra mudar o rumo da economia brasileira, acabaram se mostrando vulneráveis á ação do tempo. Outras, por terem sido implantadas em épocas conturbadas, perderam o brilho e a força e acabaram sendo substituídas.

A primeira moeda utilizada pelos luso-brasileiros foi o Real (R ), moeda que foi utilizada desde o período colonial ate 07/10/1833, e tinha o valor de 1/8 de grama de ouro 22 K. Veio a Lei Nº 59 de 08/10/1833 e mudou a moeda para Mil Réis (Rs) mudando a equivalência onde, Rs 2$500 valia 1/8 de grama de 22K. O Decreto de Lei Nº 4.791 de 05/10/1942 institui, provisoriamente, o Cruzeiro (Cr$) como moeda oficial. Mas foi com a Lei Nº 4.511 de 01/12/1964 que foi oficializada a mudança, evidenciando os profundos traços da nova era que se disseminava no Brasil. O Cruzeiro iniciou-se como moeda em uma época bastante agitada, quando o Mundo estava no meio da II Guerra Mundial e o Brasil acabara de declarar guerra aos países do Eixo. Com a alteração da moeda, mudou-se apenas a nomenclatura pois um Mil Reis (Rs) passou a valer um Cruzeiro (Cr$). Com o passar dos anos, o Cruzeiro se desvalorizou de tal maneira, que foi necessário o Cruzeiro Novo (NCr$) que veio em 1967 mudando a face da moeda e tentando conter a desvalorização do poder de compra.

O Cruzeiro Novo se manteve apenas até 1970 quando voltou novamente o Cruzeiro (Cr$) como moeda oficial que foi instaurado pela pelo Decreto de lei 144/70 e oficializado pela Lei Nº 7.214 de 15/08/1984. Após quase 16 anos, o Cruzeiro perde totalmente a sustentabilidade e é substituído pelo Cruzado (Cz$) em 28/02/1986 embasado pelo Decreto de Lei 2.283 de 27/02/1986. O Plano Cruzado foi a primeira medida do Pres. Jose Sarney na esfera econômica após a posse como Presidente. As principais características do plano foram o congelamento de preços e a contenção da inflação, mas foi um plano infeliz que fez com que a inflação subisse a níveis extremos o fazendo-se necessário mudar novamente a moeda. È colocado o Cruzado Novo (NCz$) pelo Plano Verão, que fica em circulação por apenas um ano e dois meses, até 16/03/1990 quando é substituído pelo Cruzeiro (Cr$), graças ao Plano Collor I e apoiado pela Medida Provisória 168 de 15/03/1990. O Cruzeiro fica em circulação ate 01/08/1993 quando e substituído pelo Cruzeiro Real (CR$) pelo então presidente Itamar Franco. Desde o Cruzeiro Novo ate o Cruzeiro Real, a cada mudança, a nova moeda passa a valor mil unidades monetárias anteriores.

A partir de 01/07/1994 foi implantado pelo Pres. Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real, que lançava uma nova moeda de circulação nacional, o Real (R$). O principal objetivo do plano foi conter a hiperinflação no Brasil, que era um problema crônico. O Plano foi embasado pela Lei Nº 8880/94 e 9069/95 e foi idealizado pelo Economista Edmar Bacha. Este plano foi considerado o grande salvador da economia brasileira a época pois, foi graças a ele que a economia brasileira passou a ter novos horizontes para almejar. Em equivalência monetária, o Real entrou em vigor com o valor de dois mil setecentos e cinqüenta cruzeiros reais (R$ 1 = CR$ 2.750). O Real

Sabendo que existem tantas moedas na historia do Brasil, fica ate mais interessante aprender sobre a essa moeda. Fazendo uma analise, o Cruzeiro, com todas as suas idas e vindas e modificações, ficou em uso 48 anos enquanto o Real, somente na primeira vez que foi usado, ficou 303 anos em vigência, tendo retornado em 1994. Isso mostra que, velhas tendências não devem ser deixadas de lado, pois podem retornar acrescidos alguns aperfeiçoamentos.

Microcredito

O governo tem nos últimos anos, adotado varias políticas para redução da pobreza. Uma das formas mais comuns e, que por vezes passa desapercebida, é o apoio ao micro e pequeno empreendedor. Uma das formas de apoio ao micro empreendedorismo é o microcrédito, uma forma de crédito simples e descomplicada direcionada excepcionalmente ao proprietário de um pequeno negócio.

O Sebrae é a entidade do governo responsável pelo auxilio ao pequeno negociante. Após pesquisas, pode-se identificar que os grandes gargalos para o pequeno negócio estão na falta de competência gerencial e na ausência de apoio financeiro com as características próprias do pequeno empreendedor. Para o “defeito” da incompetência gerencial, o Sebrae promove cursos e seminários para a capacitação do empreendedor. E, para a falta de apoio financeiro, o Sebrae lançou as linhas de microcrédito.

As linhas de microcrédito lançadas pelo Sebrae, têm como objetivo principal, fortalecer o empreendimento, dando-lhe a sustentação necessária para que continue no mercado. O termo microcrédito não quer dizer unicamente que é um crédito de valor baixo mas sim, que é uma forma de captação de recursos financeiros direcionada ao pequeno e micro empreendedor. Estas linhas de crédito, por ser uma forma de crédito direcionada ao pequeno empreendedor, têm algumas particularidades que devem ser destacadas: 1. O prazo é curto, geralmente entre 4 a 10 meses; 2. Os valores têm oscilações entre R$ 200,00 e R$ 15.000,00; 3. O empréstimo é ágil e sem maiores burocracias.

Outra característica do microcrédito é a facilidade para o ingresso, basta estar trabalhando há mais de seis meses por conta própria, ser maior de 18 anos e não ter registro em nenhum órgão de proteção ao crédito (SPC, Serasa, etc).

Alem disso, é necessário ter algumas garantias para a aprovação do crédito. O Sebrae define duas formas de garantias: Individual e Grupo Solidário. No empréstimo com aval individual, é necessário que o empreendedor apresente um avalista com, no mínimo, 60% do valor do empréstimo, ou 200% do valor da parcela. No Grupo Solidário, dois ou mais empreendedores, até cinco, formam um grupo, e o empréstimo é feito ao grupo, ou seja, se torna um aval solidário, cada componente do grupo se torna avalista do outro.

O empréstimo é feito no nome da pessoa física, ou seja, não é necessário estar com a empresa registrada para ter acesso a esta modalidade de crédito.

Com o microcrédito, o empreendedor tem a certeza de que seu negócio tem dinheiro para ir avante. É o governo buscando novas formas de gerar emprego e renda, diminuindo as desigualdades sociais.

O que esta acontecendo com a atual politica cambial brasileira?

Muito tem se ouvido falar sobre a queda do dólar frente ao real. Nas conversas de botequins pode-se ver claramente a satisfação do cidadão frente a este novo cenário. A mídia bombardeia as pessoas com noticias sem dar aos fatos o devido tratamento para uma maior compreensão do que esta acontecendo no Brasil e no Mundo. Mas, porque o Dólar tem despencado e por que estamos comemorando este fato?

A queda do dólar pode ser considerada um ato planejado pelos EUA para conter o “boom” do mercado imobiliário e como resultado do déficit comercial americano. Com um dólar desvalorizado,não só frente ao real a todas as moedas do mundo, os investidores procuram novos mercados para investir e, existe no Brasil, uma serie de fatores positivos para injetar cada vez mais dinheiro. A valorização do real esta atrelada à diminuição do risco oferecido pelo país no mercado mundial, aos altos índices de solidez e de confiabilidade e uma balança comercial favorável concretizada pelo Banco Central. O mercado interno tem se mostrado favorável a esta valorização da moeda e já tem se acostumado à moeda forte. Ao ser indagado sobre os efeitos da moeda americana desvalorizada, o Presidente do Banco Central, Henrique Meireles, disse instintivamente que “o BC tem metas com a inflação e não com o câmbio”.

Para o consumidor, o dólar em baixa tem um efeito positivo pois, a curto prazo, os preços tornam-se mais baixos. É importante ressaltar que, a longo prazo, os produtores nacionais têm seus rendimentos corroídos pois, com um produto importado mais barato, a preferência do consumidor será para estes produtos em detrimento ao produto nacional, o que força o preço do produto brasileiro para baixo. Para a indústria, este é um momento decisivo pois, com o dólar baixo é possível automatizar toda a linha de produção desembolsando menos. Com automação é possível se atingir um grau maior de produção e de qualidade dos produtos aquecendo o mercado interno e externo. Para o produtor rural, o dólar em baixa também é favorável, até certo ponto, pois faz com que a divida do produtor rural, que é paga em dólar, seja corroída, fazendo com que o produtor pague menos. O ponto negativo para o produtor é que, estando baixo o dólar, os produtos agrícolas, que na sua maioria são cotados em dólar, sejam depreciados de forma substancial. Para a indústria, o dólar estando em baixa torna os produtos brasileiros menos competitivos no mercado internacional forçando o comércio interno dos produtos brasileiros. Como os produtos importados estão mais baratos, a indústria brasileira se vê obrigada a diminuir o preço reduzindo assim, o lucro e o ânimo da industria em produzir.

O consumidor tem sim, motivos para comemorar. O produtor rural, que gera emprego às pessoas menos especializadas, ainda não decidiu se comemora ou chora. A indústria, que perde competitividade no mercado internacional, com certeza, chora. Este circulo virtuoso que no qual esta inserido o Brasil, é vital para a consolidação do país no mercado mundial como uma nação forte mas, é preciso tomar muito cuidado para que o pais não entre num círculo vicioso ou em uma grande bola de neve.